No gim, o álcool destilado passa por uma infusão com zimbro (parente do pinheiro, com fruto de sabor fresco) e outros botânicos. Isso é o que dá notas cítricas, picantes e herbais à bebida. Pois, pela primeira vez um premium london dry gin é feito no Brasil e tem ingredientes nacionais.
O Arapuru, projeto de um eslovaco, será lançado neste mês. Mike Simko, que viveu em Londres e está em São Paulo desde 2013, está imerso nisso há dois anos. Adorador de gim, viu aqui a possibilidade de reunir (novos) sabores que se sairiam bem na bebida.
Recorreu ao mestre-destilador inglês Rob Dorsett, dono da receita do premiado Martin Miller's, para aprender o passo a passo da produção. Os chefs daqui o ajudaram a entender quais ingredientes nacionais poderiam substituir botânicos tradicionais do gim. (O zimbro ainda é trazido da Europa, mas a ideia é começar a produzi-lo aqui.)
Com álcool de cana extraneutro, feito no Brasil para exportação, fez mais de 40 versões da bebida, enviando provas a Dorsett.
Para as garrafas, buscou referências na art déco e no modernismo —e mandou estampar o arapuru, nome em tupi-guarani do pássaro que é personagem de lenda indígena— porque quer "promover a brasilidade".
Ainda neste mês, a bebida será vendida no site arapuru.com.br (por R$ 120, valor promocional). Um evento no SubAstor, na Vila Madalena, vai marcar o lançamento, e a casa servirá o Arapuru com exclusividade por um mês —Fabio la Pietra, o bartender de lá, recomenda o destilado brasileiro no gim-tônica e no white lady, que leva Cointreau.
Mais pra frente, ele pode chegar ao Frank Bar, já que Spencer Amereno, que provou o gim, diz que o venderia "tranquilamente".
TROCO POR OUTROS
Pacová
no lugar do cardamomo
Imbiriba
em vez da canela
Puxuri
e não a noz-moscada
Caju
cítrico e adstringente
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